domingo, 6 de dezembro de 2009

Rumo.

O tempo corre, corre tal como o vento. Vento sem rumo, e sem tempo para parar. O vento, tal como o tempo, gela.
Os pensamentos esvoaçam, e as memórias apoderam-se de uma mente frágil. O tempo sabe a vazio. Sinto o corpo, desgastado e frágil de tantas as horas vazias, de tantos dias do calendário em que o tempo não tem corda, que corre. Quando dou por mim, todos os pensamentos, todas as memorias que nesse momento se apoderavam de mim, sem dó, correram também com o vento. A minha mente ficou então vazia.
O vento pára. O ciclo repete-se, vezes sem fim. O tempo pára com o vento, o som insípido volta.
Vale agora, mais que nada, sorrir, os pensamentos circulam livres, sem ter algo que os prenda, a janela por onde o frio e do tempo saíam e entravam acompanhados por os pensamentos sem corda, foi fechada, trancada. Ficaram de fora os medos, as impaciências, as horas vazias. A corrente delineada através dela, fora agora cortada, e todos os obstáculos, como se essa corrente fosse como os objectivos, e como se essa janela fosse o obstáculo.
Mas queria eu essa janela fechada ou aberta? Cabia em mim a decisão de tudo. Se queria a janela aberta, o tempo a correr, as horas vazias, os pensamentos vazios, a mente frágil e o corpo desgastado, onde ainda assim a corrente, e os objectivos estivessem delineados e eu lutasse por eles ou a janela fechada, a corrente cortada com os obstáculos postos no meio, que os medos ficassem de fora, que desistisse de tudo o que me parecia demasiado difícil?
Eu decidia, podia também mudar o rumo do vento e do tempo, mas isso ia contra todos os meus princípios.
Seguir o caminho mais fácil, sem se lutar por as coisas que queremos, ou o caminho mais difícil, mas continuando a lutar?